O final de 2023 projeta um 2024 ainda mais tenso, com 6 eleições presidenciais que continuarão a moldar a complexa e diversificada realidade continental. Tal cenário nos convoca a refletir sobre as causas da profunda crise que estamos atravessando e a projetar soluções viáveis que resolvam o presente e o futuro de nossos povos no dia a dia.

A América Latina e Caribe estão em permanente movimento, com tendências globais e dinâmicas próprias que se acentuaram no segundo trimestre de 2023. Os processos eleitorais, as ofensivas da direita e as resistências populares protagonizam um palco aberto em Nuestra América.

Neste relatório, debatemos a crise ambiental, que deixa mais de 3 bilhões de pessoas vulneráveis diante das mudanças climáticas, a crise econômica, que se aprofundou dramaticamente na pandemia, e a permanência da guerra na Ucrânia, que continua evidenciando a inviabilidade de um sistema internacional que prioriza a expansão bélica sob os auspícios da OTAN.

O ano de 2022 expressou a dureza da crise civilizatória, aprofundada com a pandemia nos anos anteriores e com a guerra em 2022. Nossa região testemunhou mudanças institucionais esperançosas, como o triunfo do Petro na Colômbia e o de Lula no Brasil. No entanto, os direitos continuam a atacar em todas as frentes possíveis. Este último relatório OBSAL do ano analisa o que aconteceu no último trimestre e faz um balanço da região diante dos desafios e debates para 2023.

Este Caderno parte da premissa de reconhecer o que representa vitória eleitoral de Lula, ao apontar suas potencialidades e as janelas de oportunidades para avançar, mas sem jogar falsas ilusões nem esconder os desafios e dificuldades que virão. Para tanto, recorremos à reflexão de cinco mulheres que toparam ser parceiras do OBSAL na tarefa de pensar sobre as perspectivas para o Brasil e pontuar os efeitos para a América Latina e o Caribe sob o terceiro mandato de Lula.